Evolução da Psiquiatria no Rio Grande do Sul | | Imprimir | |
Prof. Dr. Ellis Darrigo Busnello
O final do século XIX encerra o momento que foi o da criação do Hospital Psiquiátrico São Pedro em 1884, que marcou a separação da Psiquiatria do curso principal da Medicina, quando os doentes mentais, até então abrigados nos porões da Santa Casa de Misericórdia, foram levados para o recém inaugurado Hospício São Pedro. Este era um dos quatro hospitais da Rede de atendimento criada pelo Governo Imperial, que junto ao da Tamarineira em Recife, o Hospital D. Pedro II da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, o Juqueri, em São Paulo, formaram a espinha dorsal da rede hospitalar-asilar do Império. Vale a pena abordar a separação dos Doentes Mentais dos demais doentes objeto do Estudo, da Pesquisa e da Assistência Médica, certamente devido ao fato de que estes, pela natureza das Enfermidades que apresentavam, tendiam á cronificação, e a falta de recursos terapêuticos na época levou a transformar o que seria um Hospital num Asilo. Sobre o imenso asilo em que se transformou o Hospital São Pedro, vamos procurar traçar considerações sobre o que significaram alguns Psiquiatras e seus contemporâneos, que partilhavam correntes científicas e ideológicas, que influiram na evolução e no desenvolvimento da Psiquiatria no Rio Grande do Sul. As posições destas pessoas e dos grupos de profissionais que as acompanhavam marcaram a evolução da Psiquiatria no Rio Grande do Sul através destes três séculos. Nossa abordagem dará como representativos das décadas de 20 a 50 do século XX o Dr. Jacintho Godoy Gomes; da década de 50 a 80, o Patrono deste Centro de Estudos de Literatura e Psicanálise ,o Dr. Cyro dos Santos Martins , e das décadas de 80 e 90 e dos anos iniciais deste século XXI de um grupo de Psiquiatras neo-Kraepelinianos, entre os quais se alinha o relator deste tópico. |