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"Monumental a tua exposição. O gerenciamento cromático sobre a passagem das épocas e suas simultâneas densidades representadas pelos ícones, estão rigorosamente planejadas, projetando os painéis nos seus devidos paralelos temporais. A eleição rastreando os signos, denuncia o -------------------- "Querida Liana. Não poderia dormir hoje sem te passar esta msg. Tua exposição está maravilhosa. Ainda não saberia dizer o tudo que ela pode invocar, mas algo já me passa: o teu coração atravessado pelo do Cyro. Afectos com afectos, humanizando a paisagem, conciliando opostos, traduzindo o ontem em novas linguagens, trazendo para as novas linguagens novamente o ontem de sempre. Pois Cyro sempre escreveu sobre o lugar natal. Desde o seu lugar, aquele que une a terra e o céu na linha fina de horizontes que espreitamos com os olhos apertados. Miscelâneas amalgamadas à terra, aos animais, aos apetrechos, à maquina de escrever, pois nunca houve máquina de semear, de colher e seifar. Era com a escrita que Cyro rodopiaria seu mundo natal, abrindo porteiras para que víssemos o mundo gaúcho a pé, desmontado de seu animal, civilizado pela ciência e pelas boas maneiras. Conciliaste o Cyro contigo. Fizeste brotar um riacho de água pura em cada um de teus quadros que são na verdade divisórias do tempo que passa e que contamos nos dedos. Há intervalos de silêncio, pulos no escuro e no branco, uma biografia de imagens e mesmo de palavras sempre fracassa no intento de apoderar-se do tempo contínuo. sei que não tiveste o propósito . fizeste a biografia de Cyro um biografema, termo que une biografia e poema. adorei. adoramos, saímos todos impressionados com tua criação. Obrigada por tê-la feito! bjs, tgf " Tânia Galli Fonseca (06/08/08) -------------------- "Tania querida, fiquei feliz em ler teu texto.
disse uma amiga que eu estava flutuante no dia da inauguração da exposição. De fato, minha sensação era de estar envolta por um grande e acolhedor abraço, cada tela me fazendo sentir a presença do pai. E todo o tempo pensava no quanto ele estaria feliz ali. Envaidecido e agradecido, em sua simplicidade e jeito de quem aceita as desditas, mas que sabe dar valor a cada pedaço bom da vida. Por enquanto, sou pura emoção diante dessa maravilha que a Liana criou. E muito, muito grata. Beijos". Maria Helena (06/05/08) -------------------- "A mostra de Liana Timm, em homenagem ao Centenário de Nascimento de Cyro Martins, montada na Casa de Cultura Mário Quintana, é um agradável convite a uma reaproximação, não só da personalidade do escritor, da sua biografia, como também da sua excepcional produção de ficcionista e memorialista. Liana mostrou lucidez e humildade na abordagem do trabalho. Para interessar os espectadores, privilegiou a cronologia da vida e da obra do escritor. Graças a isso, o visitante descobre, imediatamente, a moldura dentro da qual ambas se situam. Os fatos da biografia do autor combinam-se com os da publicação de suas obras. Tal dimensão, por assim dizer didática, favorece a compreensão da obra, que é metaforizada pela proposta estética da artista. Ao invés de preocupar-se com a mera ilustração, Liana busca uma sorte de síntese entre as exigências da história pessoal e social do autor, e também das exigências de seu imaginário.O espectador é incitado a criar uma explicação subjetiva, e até, uma nova ficção sobre o que vê. O aspecto Design da mostra merece particular menção. É o seu ponto alto. Liana efetua uma mescla de inteligência e sensibilidade na exposição do tema. A cor adere ao objetivo da mostra, contribuindo para que o seu objetivo seja atingido. Que objetivo? O de tornar o espectador, ao mesmo tempo, um fruidor estético, e um leitor – pelo menos potencial – da produção de Cyro. Sob esse ponto de vista, Liana, também, é feliz. A dimensão plástica de sua mostra deixa-se ver, é claro, mas sempre subordinada à intenção maior da valorização do grande mestre. Por tudo isso, pela maestria do design, pela orquestração cromática do conjunto, pela inserção de elementos biográficos e sociológicos, tanto do campo (afinal, trata-se de Cyro Martins, o criador da Trilogia do Gaúcho a Pé), como da cidade, por tudo isso a mostra de Liana é uma homenagem inesquecível a Cyro. É, também, uma iniciação altamente provocativa à sua leitura concreta, visto que, de alguma forma, a artista induz o espectador a interessar-se pelo que está vendo. Há qualquer coisa de subliminal na mostra, que impulsiona o espectador nessa direção. " Armindo Trevisan (08/08/08) |