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CYRO: O CONCILIADOR DE EXTREMOS, de Liana Timm

Reiterando o que diz Tânia Galli Fonseca, "Cyro ainda como curador de amizades", seguem-se registros de impressões provocadas pela mostra e diálogos entre apreciadores e a artista.



"Monumental a tua exposição. O gerenciamento cromático sobre a passagem das épocas e suas simultâneas densidades representadas pelos ícones, estão rigorosamente planejadas, projetando os painéis nos seus devidos paralelos temporais. A eleição rastreando os signos, denuncia o
milimétrico equilíbrio entre o elenco ficcional do prospectado e as forjas oníricas ofertadas pela pujança gráfica da artista plástica. Poeta, poética, ficção e grafia em ardentes núpcias. Todo o mobilário campesino flutua, dando forma e movimento para a urdidura visual dos contos. Foi resgatado o vórtice mágico da fronteira... Tim-tim.....Liana. BJ" Élvio Vargas (06/08/08)

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"Querida Liana. Não poderia dormir hoje sem te passar esta msg. Tua exposição está maravilhosa. Ainda não saberia dizer o tudo que ela pode invocar, mas algo já me passa: o teu coração atravessado pelo do Cyro.  Afectos com afectos, humanizando a paisagem, conciliando opostos, traduzindo o ontem em novas linguagens, trazendo para as novas linguagens novamente o ontem de sempre. Pois Cyro sempre escreveu sobre o lugar natal. Desde o seu lugar, aquele que une a terra e o céu na linha fina de horizontes que espreitamos com os olhos apertados. Miscelâneas amalgamadas à terra, aos animais, aos apetrechos, à maquina de escrever, pois nunca houve máquina de semear, de colher e seifar. Era com a escrita que Cyro rodopiaria seu mundo natal, abrindo porteiras para que víssemos o mundo gaúcho a pé, desmontado de seu animal, civilizado pela ciência e pelas boas maneiras. Conciliaste o Cyro contigo. Fizeste brotar um riacho de água pura em cada um de teus quadros que são na verdade divisórias do tempo que passa e que contamos nos dedos. Há intervalos de silêncio, pulos no escuro e no branco, uma biografia de imagens e mesmo de palavras sempre fracassa no intento de apoderar-se do tempo contínuo. sei que não tiveste o propósito . fizeste a biografia de Cyro um biografema, termo que une biografia e poema. adorei. adoramos, saímos todos impressionados com tua criação. Obrigada por tê-la feito! bjs, tgf " Tânia Galli Fonseca (06/08/08)

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"Tania querida, fiquei feliz em ler teu texto. 
Como gosto de assuntos que me causam estranhamentos, aceitei o desafio de trabalhar sobre a vida do campo, diametralmente oposta á minha realidade.
O desconhecimento nos faz refratários á certos universos que quando atingidos por nossas inteligência, se incorporam ao mundo de nossa afetividade.
Quando pequena fui algumas vezes ao interior, à algumas fazendas de um ramo da minha família. E muitas vezes ao Uruguai de carro. A fronteira sempre me causou muita satisfação. Ao ultrapassar a linha que divide os dois países sentia um prazer enorme, visualizando o horizonte deste pampa imenso.
E automaticamente me sentia em outra paisagem. Se isto era uma ilusão não importa, o que importa é que até hoje ao ultrapasssar a aduana este mesmo sentimento  se presentifica trazendo de volta a sensação dos não limites, das possibilidades de ultrapassar as imaginárias limitações.
Por esta razão, ao ser convidada pela Maria Helena, á vasculhar a obra de Cyro Martins, aceitei o desafio e hoje me sinto gratificada. Ampliaram-se os meus limites. E ampliaram-se através de uma obra supostamente limitada por um local geográficamente definido.
Só que, esta obra pontuada, exige do leitor um penetrar além das aparências, e aí está o ponto de identificação desta produção com minha expressão plástica.
Onde pensam estar o óbvio, está sim a camuflagem deste óbvio, pois o que está atrás das aparências retinianas é exigente e denso.
O figurativo está para a narrativa descritiva, da mesma forma que o abstrato está para a metáfora.
Em ambos os casos é preciso a disponibilidade do observador/leitor para não se bastar com a superficialidade do texto (visual ou verbal).
Onde pensam estar o óbvio, que ironia, é ali a sua transfiguração.
Quando pensam que escolhas muito definidas são o fundamental, quanto aprisionamento.
Conviver com a diversidade é conciliar extremos e ser livre para, através da vivência de contrastes, abandonar nossos radicalismos inconscientes e empreender passeios inimagináveis.
Acertei no convite que te fiz para escreveres sobre esta exposição.
Sabia de antemão, que teu espírito livre e desempedido, buscaria sempre as entrelinhas  amalgamando idéias através de uma sabedoria particular, materia-prima de tua sensível criatividade.
Obrigada por nossa tão rica amizade." Liana (06/08/08)


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"Queridas Liana e Tânia,

disse uma amiga que eu estava flutuante no dia da inauguração da exposição. De fato, minha sensação era de estar envolta por um grande e acolhedor abraço, cada tela me fazendo sentir a presença do pai. E todo o tempo pensava no quanto ele estaria feliz ali. Envaidecido e agradecido, em sua simplicidade e jeito de quem aceita as desditas, mas que sabe dar valor a cada pedaço bom da vida. Por enquanto, sou pura emoção diante dessa maravilha que a Liana criou. E muito, muito grata. Beijos". Maria Helena (06/05/08)

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"A mostra de Liana Timm, em homenagem ao Centenário de Nascimento de Cyro Martins, montada na Casa de Cultura Mário Quintana, é um agradável convite a uma reaproximação, não só da personalidade do escritor, da sua biografia, como também da sua excepcional produção de ficcionista e memorialista.

Liana mostrou lucidez e humildade na abordagem do trabalho. Para interessar os espectadores, privilegiou a cronologia da vida e da obra do escritor. Graças a isso, o visitante descobre, imediatamente, a moldura dentro da qual ambas se situam. Os fatos da biografia do autor combinam-se com os da publicação de suas obras. Tal dimensão, por assim dizer didática, favorece a compreensão da obra, que é metaforizada pela proposta estética da artista. Ao invés de preocupar-se com a mera ilustração, Liana busca uma sorte de síntese entre as exigências da história pessoal e social do autor, e também das exigências de seu imaginário.O espectador é incitado a criar uma explicação subjetiva, e até, uma nova ficção sobre o que vê.

O aspecto Design da mostra merece particular menção. É o seu ponto alto.

Liana efetua uma mescla de inteligência e sensibilidade na exposição do tema. A cor adere ao objetivo da mostra, contribuindo para que o seu objetivo seja atingido. Que objetivo? O de tornar o espectador, ao mesmo tempo, um fruidor estético, e um leitor – pelo menos potencial – da produção de Cyro. Sob esse ponto de vista, Liana, também, é feliz. A dimensão plástica de sua mostra deixa-se ver, é claro, mas sempre subordinada à intenção maior da valorização do grande mestre.

Por tudo isso, pela maestria do design, pela orquestração cromática do conjunto, pela inserção de elementos biográficos e sociológicos, tanto do campo (afinal, trata-se de Cyro Martins, o criador da Trilogia do Gaúcho a Pé), como da cidade, por tudo isso a mostra de Liana é uma homenagem inesquecível a Cyro. É, também, uma iniciação altamente provocativa à sua leitura concreta, visto que, de alguma forma, a artista induz o espectador a interessar-se pelo que está vendo. Há qualquer coisa de subliminal na mostra, que impulsiona o espectador nessa direção. " Armindo Trevisan (08/08/08)