Dr. José Taborda - Orgulho de ser psiquiatra |
Saúde Mental - X Jornada CELPCYRO sobre Saúde Mental |
ENTREVISTA Dr. José Taborda
Este ano a X Jornada CELPCYRO sobre Saúde Mental terá uma inovação no seu formato, introduzindo uma mesa redonda sobre Psiquiatria e Lei, tendo como tema Interdição. Entre os participantes desta mesa, teremos a satisfação de recebermos o Dr. José Geraldo Taborda. O psiquiatra de Bagé, na fronteira gaúcha com o Uruguai, José Geraldo Taborda, é o homenageado pela ABP na sua seção "orgulho de ser psiquaitra".
Antes de escolher a Medicina, o psiquiatra cursou a faculdade de Direito. “Na adolescência, influenciado por meu pai, médico, e meu irmão mais velho, meu padrinho e Juiz de Direito, fiquei dividido entre Medicina e Direito. Optei pelo último na hora de ingressar na faculdade, que concluí em 1974. Logo no início da atividade profissional percebi que não era a minha real vocação e fiz novo vestibular, desta vez para Medicina.” Aos 32 anos e já com família formada, casado e com dois filhos, José Geraldo Taborda concluiu o curso de Medicina na UFRGS. O interesse pela Psiquiatria foi despertado no fim do curso sob a influência dos professores Ellis Busnello e Manoel Albuquerque. “A residência em Psiquiatria, foi na PUCRS, com o Professor Albuquerque. O Mestrado e Doutorado foram na UFRGS, sob a orientação dos Professores Busnello e Márcia Chaves, respectivamente.”
O psiquiatra se dedica três tardes por semana ao consultório privado onde atende adultos e idosos. “Minha área de expertise, entretanto, é a Psiquiatria Forense. A maior parte de minha produção refere-se a essa subespecialidade e temas correlatos, questões legais da prática psiquiátrica, bioética, deontologia médica, etc.”
Ao longo dos 29 anos de profissão o psiquiatra publicou vários artigos, escreveu mais de 30 capítulos de obras diversas e é autor de quatro livros. José Geraldo Taborda construiu um sólido currículo acadêmico: é Professor Associado de Psiquiatria do Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da UFCSPA. É Membro Titular da Academia Sul-rio-grandense de Medicina (Cadeira 56), membro da Câmara Técnica de Psiquiatria do Conselho Federal de Medicina e membro dos Corpos Clínicos do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas e do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul, além de Chefe do Serviço de Psiquiatria da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.
José Geraldo Taborda costuma participar ativamente das atividades associativas. No Brasil, é Membro Titular da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e da Associação de Psiquiatria do RS (APRS). No plano internacional, integra o Board dirigente da World Psychiatric Association (WPA) como representante do Cone Sul, além de presidir a Section of Forensic Psychiatry e ter sido nomeado Membro Honorário em 2011.
Por sua vasta experiência profissional e por acompanhar o desenvolvimento da Saúde Mental ao longo dos anos no país, o psiquiatra é enfático ao falar sobre a situação atual na área pública. “Infelizmente, o que se observa no campo da dita ‘saúde mental’ é desalentador. Enquanto a psiquiatria, como especialidade médica, tem evoluído constantemente a partir do avanço da neuroimagem, da molegia molecular, da genética e da psicofarmacologia, trazendo novas abordagens e possibilidades concretas de alívio ou resolução de problemas mentais, as políticas em ‘saúde mental’ são anacrônicas e ideologicamente enviesadas, o que acarreta grave desassistência da população, principalmente das camadas mais carentes. Infelizmente, repito, é desalentador, pois não vislumbro perspectivas concretas para romper o obscurantismo que orienta o Ministério da Saúde e a CORSAM.”
Ainda assim José GeraldoTaborda fala com orgulho da profissão “não só por exercer uma atividade socialmente relevante e que implica ajuda e doação ao próximo, como por ter contribuído para a formação de novas gerações e para o avanço da minha área maior de interesse, a Psiquiatria Forense no Brasil.”
O psiquiatra gaúcho sempre participou ativamente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), desde a época em que ainda cursava a faculdade. “Tomei ciência da ABP através de meus professores de psiquiatria, que sempre realçaram a importância da participação institucional. Assim, desde residente em psiquiatria sou associado de nossas entidades maiores: no Rio Grande do Sul, a Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul (APRS), e no plano nacional, a ABP. A atual diretoria, à qual tive o privilégio de apoiar, constitui-se num marco para a Psiquiatria brasileira, tanto na qualidade científica do CBP, PEC, revistas RBP e RDP, quanto na liderança da discussão das políticas públicas em psiquiatria”, finaliza José Geraldo Taborda
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